O "Muro da Vergonha"

A última novidade em matéria de "política social" no Rio de Janeiro -a única Cidade do mundo que tem dois prefeitos, os senhores Cabral e Paes- é a construção de muros de três metros de altura em onze comunidades do Rio. Entre elas o Morro Dona Marta, em Botafogo, bem aos olhos do Cristo Redentor. José Saramago leu a notícia e escreveu na "página infinita da internet": "Tivemos o muro de Berlim, temos os muros da Palestina, agora os do Rio. Entretanto, o crime organizado campeia por toda a parte, as cumplicidades verticais e horizontais penetram nos aparelhos de Estado e na sociedade em geral. A corrupção parece imbatível. Que fazer?"

Anuncia-se que a obra custará ao bolso dos cariocas R$40 milhões e que seu objetivo é "controlar o crescimento das favelas"  e "proteger o meio-ambiente". Noel coça as barbas e desconfia das contas e mais ainda das intenções. E com razão. Afinal essa grana toda daria para construir 800 casas populares ao preço de R$50 mil cada, ou bem mais se administrados os recursos com parcimônia, inteligência e mais sensibilidade. Há pelo menos uma resposta à pergunta de José Saramago. Algo simples a fazer. Lembrar essa obra, tijolo por tijolo, aos eleitores no próximo pleito.   

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