A "política habitacional" do governo de São Paulo




Quando o tema é moradia popular, a primeira idéia que vem à cabeça desses obtusos prefeitos das nossas grandes cidades é o despejo. Ô gente malvada! O último exemplo vem de São Paulo. 

A Favela do Capão Redondo ocupava uma área cuja proprietária é a empresa de viação Campo Lindo. A tal empresa tem enorme dívida em impostos para com a  prefeitura, segundo informam os jornais. Bem entendido, ela deve dinheiro ao público, ao povo paulistano. Dona do terreno, obteve na justiça a reintegração da posse de seu patrimônio. O estado ajudou a devedora de impostos enviando policiais para assegurar a execução do despejo. Mais uma vez o patrimonialismo saiu às ruas de mãozinhas dadas com a força policial. O que daí decorreu todos conhecemos.  

Centenas de famílias perderam o pouco que tinham. Algumas conseguiram abrigo na casa de parentes e amigos, outras 370 estão na rua. 
O prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, foi eleito democraticamente, talvez até com alguns votos dos que hoje estão sem teto e com o futuro ameaçado. Assim como Brutus, deve "ser um homem honrado". No entanto, da mesma forma como entrou pode sair. Quem despeja hoje pode ser o despejado de amanhã. 


Despejo na Favela - Adoniran Barbosa e Gonzaguinha

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