No início dos anos 90 entrei numa loja de discos no centro do Rio de Janeiro. Fui direto para uma seção que, infelizmente, sempre é a mais vazia, a dos clássicos, bem ao lado de outra um pouco mais frequentada, a de jazz. Logo reparei que tinha na viizinhança uma companhia ilustre. Era Johnny Alf olhando compenetrado os CDs de jazz.
Resolvi dar uma olhada nas estantes de MPB. Estavam todos lá: Chico, Milton, Tom, Caetano, etc etc. Nada de Johnny Alf. Pedi auxílio a um vendedor. Necas, não havia nem um cedezinho para remédio.
Voltei e ele ainda estava lá procurando alguma novidade nas estantes do jazz. Parei ao lado e comentei, como se o conhecesse há décadas. É, a gente vira íntimo dos artistas que admira.
"-Nessa loja não tem nenhum disco seu."
Ele me olhou, riu com simpatia e disse:
"-Pois é, rapaz, já estou acostumado."
Johnny Alf morreu ontem, aos 80 anos, num hospital de Santo André, em São Paulo.
Johnny Alf - Documentário Parte 1
Johnny Alf - Documentário Parte 2
Johnny Alf - Documentário Parte 3
As partes seguintes do documentário podem ser localizadas nas barras dos vídeos.
Comentários
Postar um comentário